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  • Tarsiane Santos

Tinha que ser Gareca: a saga do Peru até a volta à Copa

Relembre a trajetória do Peru até a classificação para a copa de 2018 após 36 anos sem disputar o campeonato.




No dia 30 de junho de 1985, a Argentina recebeu o Peru pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo México que aconteceu no ano seguinte. Aos 36 minutos do 2º tempo, Ricardo Gareca fez o gol que tirou a vaga da seleção para o mundial. Os peruanos perderam na repescagem para o Chile. Sendo assim, a última edição com a participação da equipe havia sido em 1982.


Desde então, a Seleção Peruana ficou 36 anos fora de uma edição da competição. Diversas eliminações, 19 treinadores passaram pelo comando da equipe, mas tudo mudou no dia 2 de março de 2015, após a chegada de Gareca, agora como treinador, que de carrasco passou a herói da nação.


Estamos totalmente preparados para o que vem por aí. Temos jogadores capacitados para as Eliminatórias da Copa do Mundo”. Essas foram as palavras de Ricardo Gareca, em entrevista coletiva após derrota nas semifinais da Copa América 2015. Um presságio que, por mais que desacreditado, tornou a Seleção Peruana classificada de maneira histórica, meses mais tarde.




O INÍCIO DO SONHO

A 1ª partida disputada pela seleção nas eliminatórias foi contra a Colômbia no dia 8 de outubro de 2015. Durante a partida, o atacante Paolo Guerrero teve duas chances de marcar contra a Seleção Colombiana, que seriam importantes considerando o resultado: uma derrota de 2 x 0 que consagrou o 2º triunfo consecutivo dos colombianos em estreias nas eliminatórias.

No 2º confronto, o Chile de Jorge Sampaoli arrancou a vitória da equipe de Gareca, por 4 x 3, na cidade de Lima. Os dois gols de Jefferson Farfán não foram suficientes para evitar a virada, e o time de Sampaoli conquistou a 3ª posição. Por outro lado, o Peru ficou em 9º lugar, sem pontuação.


Posteriormente, na 3ª rodada, o Peru finalmente saiu do zero, vencendo o Paraguai, por 1 x 0, com gol de Farfán. Com o 1º triunfo, a Seleção Peruana saiu da lanterna para dividir o 7º lugar com a Bolívia, dando ares de esperança à torcida, após duas derrotas seguidas.


Já no 4º confronto, um balde de água fria caiu sob a torcida. A equipe de Gareca foi derrotada pelo Brasil, por 3 x 0. Depois disso, veio um empate com a Venezuela, por 2 x 2, e uma derrota contra o Uruguai, pelo placar mínimo de 1 x 0.


Na 7ª rodada, os peruanos ficaram livres de mais uma derrota no confronto contra a Bolívia, porque a FIFA declarou o Peru vencedor, por 3 x 0. Sendo assim, o resultado foi uma punição pela escalação irregular de Nelson Cabrera. Em seguida, contra o Equador, foi conquistada uma vitória, após quatro jogos, por 2 x 0, para o time de Guerrero.


A REAÇÃO DO PERU

Metade da competição se foi, quando o Peru empatou com a Argentina, por 2 x 0, mas permaneceu em 8° lugar na tabela. Na 10ª rodada, o torcedor já estava preparado para dizer adeus à vaga, após o 2 x 1 para o Chile. Até que venceu o Paraguai, por 4 x 1, e entrou de vez na briga pela classificação.


A vitória, entretanto, não poderia acomodar a equipe, como disse Ricardo Gareca em entrevista coletiva pós jogo: “Amanhã deixamos de lado este jogo e começamos a pensar no Brasil“. Posteriormente, o confronto válido pela 12ª rodada terminou em 2 x 0 para o Brasil, líder na tabela.


Em seguida, contra a Venezuela, perderam a chance de encostar na zona de classificação em um empate por 2 x 2. Na 14ª rodada, a briga começou a ficar séria, os peruanos venceram o Uruguai, por 2 x 1, mantendo vivo o sonho de chegar à Rússia.


E foi só o começo de uma sequência sem derrotas: 2 x 1 em cima da Bolívia, 2 x 1 contra o Equador, um empate, por 0 x 0, contra a Argentina, que ajudou o Peru a chegar em 5° lugar para a repescagem mundial pela vaga. E, na 18ª e última rodada, outro empate, por 1 x 1, contra a Colômbia, foi uma grande festa peruana pela chance de ir à repescagem, o objetivo estava muito mais perto.


(Foto: Divulgação/Seleção Peruana)


PERU NA REPESCAGEM

Agora mais perto da classificação, o Peru partiu rumo à Oceania para a repescagem para enfrentar a Nova Zelândia. Um novo desafio, ainda maior pela ausência de Paolo Guerrero, que foi pego no antidoping na partida contra a Argentina. A seleção foi recebida em Auckland com festa do torcedor cheio de fé e esperança.


Na véspera da 1ª batalha, Gareca afirmou apoio à Guerrero: ”Estamos todos com ele”, disse o argentino ao El Comercio. Da mesma forma, o atacante manifestou apoio ao país pelas redes sociais: ”Tenho o coração com a seleção’‘.


A partida de ida não definiu nada, 0 x 0 em Wellington. Assim, como nas eliminatórias, o Peru deixou seu torcedor aflito e confiante até o final. ”Enfrentamos um bom time. Só depende de nós jogando como mandantes”, frisou Gareca em coletiva.


A EUFORIA PERUANA

Chegou o grande momento decisivo, em Lima, a seleção chegou aos 90 minutos de distância da Rússia, o esquadrão de Gareca estava prestes a ser guardado para sempre na história e no coração de todo o país. Por outro lado, a dificuldade no início das eliminatórias, a chegada difícil até a repescagem, o jejum de 36 anos sem chegar à uma copa e o drama de Guerrero acompanhavam a equipe.


Enfim, a bola rolou em uma noite de homenagens a Paolo Guerrero, Farfán abriu o placar aos 28 minutos e em seguida, Christian Ramos marcou o segundo, que garantiu a classificação do Peru, após 36 longos anos. Feriado nacional no Peru, a torcida foi à euforia.


O presságio de Ricardo Gareca em 2015 se transformou em triunfo, mas o grande presságio foi aquele em que tirou a copa em 1985 e devolveu em 16 de novembro de 2017. ”A maior convicção são os jogadores que tenho.”, disse o técnico, após a grande partida.



Foto destaque: Divulgação/Seleção Peruana

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